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Depressão

Artigo publicado por Alexandre Morais Cravador

Sofre desde há algum tempo de humor depressivo, de uma falta de interesse e de alegria apesar dos acontecimentos positivos, de um cansaço permanente ou de tormentos interiores? Já não gosta de aquelas actividades de que sempre gostou ? Tem perdido confiança em si próprio? É difícil tomar decisões que antes tomava num piscar de olhos?

Vê o futuro com negativismo, tem insónias permanentes, perda de apetite e sente até um sentimento de desespero profundo? Todos estes sinais podem ser os sintomas de uma depressão pela qual você ou um dos seus próximos deveria procurar ajuda.

A depressão não é tristeza, mas pode vir acompanhada deste sentimento, assim como melancolia, desânimo, falta de interesse por qualquer atividade, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança e desamparo. Em resumo, a depressão tira as forças da pessoa, mas a boa notícia é que existem actualmente meios e tratamentos adequados e eficazes que permitem reverter o quadro depressivo.

O que causa a depressão?

Existe uma predisposição hereditária para alguns tipos de depressão, embora não se conheçam ainda as formas precisas dessa transmissão.  Os conhecimentos científicos actuais permitiram identificar alterações em algumas substâncias cerebrais (neurotransmissores) aquando uma depressão.
Os acontecimentos traumáticos da vida contribuem também para o aparecimento da depressão. Problemas familiares, o stress diário, a morte de alguém próximo, as doenças, uma crise financeira, conflitos prolongados, podem funcionar como desencadeantes ou facilitadores de episódios depressivos.
O tipo de personalidade e a forma como lida com a vida, podem também correlacionar-se com uma maior predisposição para crises depressivas.

Como diagnosticamos uma depressão?

A depressão, infelizmente, ainda é uma doença estigmatizada que envolve muitos mitos e tabus. Existe um grande preconceito, tanto da comunidade, como dos próprios pacientes, que têm medo de serem rotulados de loucos ou de doentes mentais, ou de « fracos ». Por isso, demoram a procurar ajuda médica e, consequentemente, a aderir ao tratamento. Esta demora pode levar a uma consolidação do estado depressivo, o que dificulta o tratamento e a cura da doença. O primeiro passo é vencer o medo do diagnóstico, e reconhecer que está em sofrimento. Ultrapassado este primeiro obstáculo, é importante avaliar a gravidade da depressão, pois nem todas as depressões exigem medicação.

Em que consiste o tratamento de uma depressão?

O objectivo do tratamento da depressão é contribuir para que a pessoa volte a ter uma vida normal, ou seja, sinta prazer nas actividades habitualmente agradáveis e seja reintegrada em todas as esferas de sua vida: social, pessoal, familiar e profissional. Estatisticamente, mais de 80% das pessoas com depressão podem melhorar se receberem o tratamento correcto.

No caso de uma depressão leve, a orientação poderá ser iniciar uma psicoterapia, mudar de hábitos, reduzir ou eliminar as potenciais causas da depressão, praticar atividade física de preferência aeróbia e várias vezes por semana, bem como técnicas de relaxamento. Geralmente, um tratamento antidepressivo é prescrito nas depressões moderadas e graves. É importante saber que os medicamentos actuais não causam dependência e que podem ser administrados com segurança e por muito tempo, mesmo durante a gravidez e a amamentação (sob vigilância médica). De facto, o medicamento pode levar até 15 dias para começar a ter uma boa acção antidepressiva.

No entanto, os efeitos indesejáveis quando surgem, são imediatos, o que dificulta bastante a adesão ao tratamento e faz com que o paciente queira abandoná-lo precocemente. Os efeitos indesejáveis são essencialmente gastrointestinais (prisão de ventre), mas também boca seca e diminuição do desejo sexual. A maioria deste efeitos desagradáveis desaparece progressivamente após alguns dias, e apesar das desvantagens destes efeitos colaterais, a medicação promove uma melhoria significativa do estado depressivo. Além disso, existem muitas classes de medicamentos com diferentes modos de acção, o que permite ao seu médico de adaptar o tratamento a cada perfil de paciente.

A luminoterapia (tratamento com luz) tem mostrado claramente a sua eficácia, especialmente para quem sofre de depressão sazonal, nomeadamente nos períodos do ano com pouca luz, tal como acontece na Suíça durante o inverno. As lâmpadas de tratamento com luminoterapia podem ser compradas em farmácias especializadas sem prescrição médica, ou com prescrição após diagnóstico médico para obter a comparticipação pelo seu seguro de saúde suíço.

Por fim, é essencial ter a noção que as pessoas que já tiveram um quadro de depressão têm 50% de chance de ter outro. Para quem já teve dois episódios, o risco aumenta para 70% e, para quem teve três, sobe para mais de 90%. Por isso, não tenha medo de falar ao seu médico, pois este poderá compreendê-lo e ajudá-lo melhor do que pensa !

Texto publicado na Revista Seletiva

Alexandre Morais Cravador
Artigo publicado pelo associado
Alexandre Morais Cravador
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